O esperma dos diabéticos tem taxas mais elevadas de anomalias no DNA do que o dos homens não-diabéticos, o que poderia afetar sua fertilidade, segundo estudo publicado nesta quinta-feira na revista especializada Human Reproduction. "Fizemos o primeiro estudo sobre a qualidade do DNA (ácido desoxirribonucleico, a estrutura de suporte da vida) do núcleo e das mitocôndrias (pequenas centrais energéticas) do esperma dos diabéticos", explicou a doutora Ishola Agbaje, da Universidade de Belfast, na Irlanda do Norte, que dirigiu as pesquisas. Agbaje e seus colegas examinaram os espermatozóides de 27 diabéticos com idade média de 34 anos e os de 29 não-diabéticos de 33 anos. Apesar de um volume menor (dentro dos limites normais) da ejaculação coletada nos diabéticos, o estudo não demonstrou diferenças significativas sobre os parâmetros habituais, como concentração, mobilidade e forma dos espermatozóides. Ao contrário, a medição das alterações (a fragmentação e perda de material genético, denominada deleção) do DNA (52% contra 32% dos não-diabéticos) e mitocondriais (em média 4 deleções contra 3) mostra que essas são significativamente mais elevadas. Esses resultados sobre o estado da "integridade genética" do esperma poderiam ter implicações na fertilidade, segundo os autores. No entanto, serão necessárias pesquisas complementares devido ao caráter relativamente limitado do estudo com uma pequena amostra, segundo a professora Sheena Lewis, encarregada científica deste grupo de cientistas. Segundo este especialista, levando em conta a freqüência do diabetes no mundo, parece fundamental o exame dos resultados (nascimentos, abortos espontâneos) de gestações resultantes de um pai diabético e a proporção de homens diabéticos que se prestam a submeter a tratamentos contra a esterilidade. Há mais de 200 milhões de diabéticos no mundo e este número dobrará antes de 2030 com a epidemia de obesidade que afeta atualmente 1,1 bilhão de pessoas, entre elas 150 milhões de crianças.
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