A revista da Academia Americana de Neurologia publicou hoje um estudo que diz que, na meia idade, as mulheres têm mais chances que os homens de sofrerem derrames cerebrais, o que indica que este fato pode ter relação com doenças cardíacas e o aumento de peso. Para o estudo, os pesquisadores analisaram as informações de 17 mil adultos que participaram da Pesquisa Nacional de Saúde e Nutrição. Do total de participantes, 606 tinham sofreram um AVC (acidente vascular cerebral). O estudo diz que, no grupo de pessoas de 45 a 54 anos de idade, a probabilidade de as mulheres terem um derrame era duas vezes maior que a dos homens. No entanto, não foram detectadas diferenças por gênero nas taxas de infarto nos grupos de 35 a 44 anos, e entre aqueles com 55 a 64 anos. A cada ano acontecem nos EUA mais de 700 mil casos de AVC, a terceira causa de mortes no país após doenças cardíacas e câncer. "Apesar de nossa análise mostrar que o alargamento da cintura e as doenças coronárias são marcadores de derrame entre as mulheres de 45 a 54 anos, não fica totalmente clara a causa de haver uma disparidade por sexos nas taxas de infarto nesta faixa etária", disse a autora do estudo, Amytis Towfighi. O especialista, do Centro de Infarto e Departamento de Neurologia da Universidade da Califórnia, afirmou que "apesar de serem necessários mais estudos este aumento de casos de derrame entre as mulheres de meia idade sugere que é necessária uma atenção rápida à saúde cardiovascular das mulheres que tem entre 30 e 50 anos para diminuir esta carga". Além disso, disse que vários fatores de risco vascular, incluída a pressão sistólica do sangue e os níveis totais de colesterol, aumentam as taxas mais altas nas mulheres que nos homens quando se comparam os grupos por gênero. "Por exemplo, com cada década, a pressão arterial dos homens aumenta uma média de quatro a cinco pontos, enquanto a pressão arterial das mulheres sobe de oito a dez pontos", declarou Towfighi. "Além disso, os homens mostraram níveis totais de colesterol significativamente mais altos que as mulheres entre 35 e 44 anos, mas o total de colesterol dos homens permaneceu estável após isto, enquanto o total de colesterol das mulheres subiu de dez a 12 pontos com cada década", acrescentou. Desta forma, entre os 55 e 64 anos as mulheres mostraram níveis totais de colesterol "significativamente mais altos que os homens", explicou a pesquisadora, membro da Academia de Neurologia.
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