Próteses de silicone adulteradas podem ser trocadas gratuitamente no Hospital São Marcos
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O Ministério da Saúde divulgou uma lista de hospitais credenciados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) a oferecerem gratuitamente a troca das próteses mamárias das marcas PIP e Rofil, fabricantes que adulteram o produto. São 371 postos em todo o Brasil. No Piauí, o único estabelecimento de saúde apto para o procedimento é o Hospital São Marcos, localizado no centro de Teresina. Segundo a Agência de Vigilância Sanitária, a Anvisa, 20 mil mulheres no país usaram os produtos na empresa.
Segundo o Ministério, a cobertura inclui tanto quem colocou os implantes por motivos médicos quanto por razões estéticas. Também não importa se a cirurgia inicial foi feita na rede privada de saúde ou pública. Ainda de acordo com o SUS, para as pacientes com ruptura comprovada da prótese e com antecedente de câncer de mama, que fez uma reconstituição mamária, está garantida a troca do implante. Nos outros casos, a substituição será feita somente com indicação médica.
O procedimento acertado durante uma reunião entre Anvisa, Ministério da Saúde e representantes de cirurgiões plásticos e mastologistas, na semana passada, ocorre da seguinte maneira: na consulta, o médico deve fazer um exame físico da paciente e também um ultrassom para confirmar se o silicone vazou ou não. A mulher que não passar pela troca de prótese deverá ser reexaminada após três meses. Quem fizer a cirurgia, o acompanhamento é contínuo, recomenda o protocolo. O governo determinou que os planos de saúde paguem pela retirada e troca das próteses.
O Caso
Os implantes da PIP (Poly Implant Prothèse) apresentaram taxas de ruptura sete vezes acima do permitido por lei. Em depoimento, o fundador da empresa admitiu ter usado silicone adulterado, inclusive com aditivos químicos, e não-testado nas próteses por acreditar ser "mais barato e melhor". No final de 2011, uma mulher francesa morreu após ser constatado no exame que a ruptura da prótese teria causado o linfoma. Após a notificação do caso, 250 mulheres entraram com processo na Inglaterra. A Anvisa cancelou o registro das duas marcas no Brasil.
Normas para atendimento das mulheres com PIP e Rofil. (Fonte: Ministério da Saúde)
Consultas:
*Pacientes portadores de implantes mamários cuja fabricante é desconhecida por eles ou que não possuírem mais o cartão que identifica a prótese utilizada deverão procurar o médico que os operou para as devidas informações. Na impossibilidade de localização do profissional que fez a cirurgia, o paciente deverá dirigir-se ao hospital onde foi feito o procedimento e solicitar às informações que constam do prontuário médico (disponível aos pacientes por até 20 anos).
*Uma vez identificada a procedência da prótese - e se estas forem das marcas PIP ou Rofil - o paciente deverá procurar o estabelecimento público de saúde ou a rede de saúde suplementar onde o implante foi feito.
Exames:
*Os pacientes com ou sem sintomas de ruptura da (s) prótese (s) deverão ser avaliados pelo médico por meio de exame físico. O médico também deverá recomendar exames de imagem - preferencialmente, ultrassonografia - para a confirmação ou não de rompimento e/ou extravasamento do conteúdo da prótese e possíveis repercussões à saúde do paciente.
*As rupturas podem ser detectadas pela ultrassonografia das mamas. A ressonância magnética é outro método diagnóstico por imagem que deverá ser utilizado conforme critérios estabelecidos na diretriz.
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