As transfusões de sangue de doadores com predisposição ao câncer não aumentam o risco de os receptores manifestarem a doença no futuro, afirma um artigo publicado hoje na revista científica britânica The Lancet. Uma equipe de cientistas do Instituto Karolinska, em Estocolmo (Suécia), e do Instituto Statens Serum, em Copenhague, estudou a incidência de câncer entre pacientes que receberam sangue de doadores considerados portadores de câncer subclínico, diagnosticado sem manifestações prévias dos sintomas. Dirigidos pelo professor sueco Gustaf Edgren, os pesquisadores tiveram acesso à base de dados de todos os bancos de sangue da Suécia e da Dinamarca entre 1968 e 2002 e identificaram 1,13 milhão de doadores e 1,31 milhão de receptores. De acordo com o relatório, dos cerca de 350 mil receptores estudados, só 12 mil - 3% - ficaram expostos a sangue de doadores que não haviam sido diagnosticados com câncer. Os cientistas acompanharam a evolução do pacientes durante 34 anos e descobriram que não existem evidências indicando uma relação entre as transfusões de sangue de doadores com predisposição a câncer e um aumento do risco de contrair a doença, em comparação com o sangue de doadores que não possuem câncer. No relatório, o cientista Garth Utter, do departamento de Cirurgia da Universidade da Califórnia (EUA), destaca que o sangue é uma substância "extremamente complexa e biologicamente ativa", por isso o conhecimento de todas as conseqüências de uma transfusão "ainda é rudimentar". Segundo Utter, a análise elaborada pela equipe de cientistas dinamarqueses e suecos representou um passo importante em direção à avaliação de um dos casos que colocam as transfusões de sangue com riscos potenciais a longo prazo.
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