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O consumo de cigarros é a mais devastadora causa evitável de doenças e mortes prematuras. O tabaco foi responsável por mais de 100 milhões de mortes em todo o planeta no século 20. A Organização Mundial de Saúde aponta ainda que o cigarro mata por dia cerca de 10 mil pessoas em todo o mundo.
O cirurgião torácico, José Santana Moreira, proferiu palestra na manhã desta sexta-feira, dia 16, alertando para os males ocasionados pelo cigarro tanto para o fumante quanto para as pessoas que convivem com o mesmo. “Os fumantes não são os únicos expostos à fumaça do cigarro, pois os não fumantes também são agredidos por ela, passando a ser fumantes passivos e tendo, dessa forma, os mesmos riscos”, afirmou o médico que integra a equipe de Pneumologia do Hospital São Marcos.
A nicotina é a droga que gera dependência e é encontrada em todos os derivados do tabaco (charuto, cachimbo e cigarro de palha). Ela atinge o cérebro entre 7 a 9 segundos e libera várias substâncias que são responsáveis por estimular a sensação de prazer. “Com a ingestão contínua da nicotina, o cérebro se adapta e passa a precisar de doses cada vez maiores para manter o mesmo nível de satisfação que tinha no início. Com o passar do tempo, o fumante passa a ter necessidade de consumir cada vez mais cigarros”, explicou o médico José Santana.
Porém, com a dependência, cresce também o risco de se contrair graves doenças, que podem levar à invalidez e à morte. “O tabagismo pode causar diversos problemas de saúde, como câncer de pulmão e do aparelho digestivo, dificuldades respiratórias, infarto, derrame, infecções respiratórias, impotência sexual no homem e diversas doenças graves”, alertou o especialista.
Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), um ano após largar o cigarro, cai pela metade o risco de morte por infarto do miocárdio (o músculo que forma o coração) e no período entre 5 e 10 anos após largar o vício, as chances de sofrer um infarto serão iguais às de pessoas que nunca colocaram um cigarro na boca. Recentemente, o Ministério da Saúde divulgou que 18,8% da população brasileira é fumante.
De acordo com a Divisão de Controle do Tabagismo do INCA, 85.016 brasileiros buscaram ajuda nas unidades municipais de saúde em todo o país para parar de fumar. Desses, 49% tiveram sucesso e deixaram o cigarro.